terça-feira, 26 de maio de 2009

Refletindo sobre Autismo


O autismo é classificado como um distúrbio do desenvolvimento humano. A respeito do autismo a ciência ainda diverge e muitas questões se encontram por responder. O autismo não segue o que podemos chamar de padrão, pois apresenta diversas características. Conduto, basicamente o que se observa, geralmente antes dos três anos, são problemas para que a comunicação se efetive, assim como na interação com outras pessoas e no emprego do poder imaginativo.

É comum que o autista olhe para o outro como se através do seu corpo, justamente porque, para ele, a outra pessoa não se encontra necessariamente presente. Falar com o autista ou chamar pelo seu nome pode nada significar. Eles são indiferentes às pessoas, ou podem demonstrar verdadeiro terror. Contudo, também pode ser observada a passividade durante a tentativa de um contato, e até reações amigáveis. Há ainda aquele autista que age de forma inadequada, não necessariamente dentro do contexto. 

O órgão norte-americano Center of Disease Control and Prevention (www.cdc.gov) , traz em seu site que o autismo afetaria de 2 até 6 pessoas em cada 1000. O autismo seria 4 vezes mais freqüente em pessoas do sexo masculino.

Por muitos anos, o autismo tanto fascinou-me quanto provocou-me medo. Minha imagem de uma criança autista continua a ser aquela que os filmes projetam, os livros relatam e quase todos a nossa volta perpetuam. Não tive qualquer contato com autistas na escola, mas já tive um vizinho que apresentava comportamento (estereotipados) que provocavam certos comentários nas residências adjacentes. Lembro que ele ficava horas e horas com a língua para fora, agitando suas mãos ininterruptamente. Ele tinha um talento para música que era desenvolvido em sua própria casa e, mais tarde, com um professor. Nas leituras acerca da doença, estas características têm sido evidenciadas. Contudo, basta que comecemos a ler para perceber que não existe um padrão de autismo, o que nos convida a fugir dos estereótipos.

O autismo afeta certas áreas do cérebro, acarretando uma desordem comportamental, a qual passa pela comunicação e pelos relacionamentos basicamente.

A imagem que temos do autista é que eles vivam numa espécie de bolha, isto é, que construam um mundo próprio, silencioso, letárgico e passivo. A bem da verdade, quando uma criança autista fica em um canto, distante, observando outras brincarem, seu distanciamento não se dá pela apatia ou por estar em "outro mundo", mas porque a criança tem inabilidade para tomar a iniciativa de iniciar e dar continuidade a uma conversa, indispensáveis em tal contexto.

Como todo distúrbio, pude apurar que o autismo tem suas próprias características, que podem variar de um indivíduo para outro:

1. Inabilidade para interagir;

2. Problema para estabelecer e manter contato visual, empregar os ricos gestos e expressões faciais de que dispomos no cotidiano;

3. Extremamente seletivos na socialização;

4. Comportamentos repetitivos;

5. Interesse extremado em um padrão, como o movimento circular por exemplo;

6. Assumem manias, ou seja, rotinas cotidianas;

7. Podem desenvolver interesse por um determinado tema e falar insistentemente a respeito;

8. Movimentos repetitivos, como agitar, girar ou torcer suas mãos;

9. Fixação não no todo, mas em determinada porção, como o cabelo de uma boneca ou uma única roda de um carrinho. Esta mesma fixação pode se revelar em relação a outro ser humano, ficando a tocar em seu cabelo ou sua boca;

10. Surtar quando sua rotina é alterada;

11. Tendência a seguir ao pé da letra o que alguém diz, pela incapacidade de compreender a linguagem figurada ou uma expressão idiomática.



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