quinta-feira, 7 de maio de 2009

Modelos diretivo, não-diretivo e relacional


Penso que existe uma certa mística em torno do modelo X ou Y, algo como aquele é o melhor e os demais são o lixo produzido pela escola arcaica a qual, aliás, dizem que deveria ser queimada, para apagar tudo o que foi feito nos últimos séculos em matéria de educação.

Eu tenho muito de professor diretivo. E qual é o problema? Mas na minha interação com os alunos eu seria tomado por um professor que segue o modelo relacional. Então sou o quê? 

Sou um somatório de mais de duas décadas de experiência. Somente agora, vinte e tantos anos depois de iniciada minha caminhada no magistério, estou buscando um curso de Pedagogia. O Magistério (curso) indicou a direção e emprestou as rédeas; eu decidi se as usaria ou não, buscando por outras.

Ser diretivo é ter em mente uma lista de conteúdos para todo um ano letivo e adaptá-la de acordo com a turma, mas não abrindo mão de trabalhar com o que eles precisam saber? Então serei tomado como diretivo e tradicional. Mas isso é não eximir-se do compromisso primeiro da Escola!

Ser diretivo é brincar com seus alunos mas, na hora do trabalho, não abrir mão do silêncio necessário para a explicação que precisa ser ouvida? Então mais uma vez serei encarado como diretivo e tradicional. Mas isso é lembrar diariamente ao aluno que é impossível haver uma relação dialógica com todos falando ao memso tempo.

Ser diretivo é chegar na aula e passar a agenda do dia, deixando claro para todos os alunos a programação para as próximas quatro horas? Não, definitivamente não é! Isso é ensinar o aluno da importância de uma organização mesmo que mínima antes de uma atividade.

Em suma, professor tem que ser ouvido - o aluno fala a medida que pede permissão se o professor ainda estiver com o uso da palavra, pois este é um mundo no qual se tem alunos cada dia mais permissivos. E ficar achando que uma postura mais firme faz parte do século XIX é, com o perdão da gíria, entrar numa roubada. 

O aluno vem para a escola sabendo muitas coisas; ele não é um papel em branco. Mas precisamos nos assegurar que dentre tudo o que ele já sabe esteja incluso um item indispensável: respeito ao professor e a todos os que trabalham na escola. Careta? Retrógrado? Não, é assim que se forma um cidadão do bem.

Participação em aula é bom? É indispensável! Mas não confundir com baderna, dando a isto um nome moderno de \"barulho produtivo.\" É desejável que eles conversem entre si, mas que aprendam que tudo tem uma medida, inclusive esta troca constante de informações de todo o tipo, ou o trabalho vai ficando em segundo plano.

Poderia escrever muito mais, pois sou um defensor das relações não-permissivas nas escolas. E posso antecipar a quem porventura acredite que eu seja um carrasco, que os pais sempre pedem (nos períodos de matrícula) que os filhos sejam colocados em minha turma, e os alunos tem uma relação extremamente próxima a mim. Finalizando: os alunos apreciam perceber que há alguém no comando, pois isso os deixa mais seguros.

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