quarta-feira, 13 de maio de 2009

A importância da formação


O título é propositalmente dúbio e/ou vago. Afinal, faço referência a qual formação? Seria formação de opinião? Seria a conclusão de uma nova etapa na caminhada acadêmica? Ou estaria ainda a refletir acerca da formação do cidadão? São tão as possibilidades que poderíamos abrir vários fóruns para discutir a respeito das diferentes nuances oferecidas pelo léxico.
Mas o que me provocou a escrever mais uma vez foi uma interessante e instigante aula de Psicologia. Discutia-se acerca do método clínico. Todos praticamente haviam aplicado a testagem com massinhas, líquidos, entre outros materiais, com algum aluno nos dias que antecederam este encontro presencial. Nossa professora Simone ainda enfatizara a relevância de aplicar a testagem várias vezes, pois apenas deste modo vai-se lapidando as intervenções com a criança, percebendo onde se cometeu algum equívoco, em que momento uma resposta foi, porventura, induzida, entre outros aprendizados a que também estamos expostos naquele momento.
Foi nesse instante que nossa tutora Cristiane solicitou a palavra e disparou: "Pessoal, Jean Piaget jamais pensara nos professores quando desenvolvia sua teoria. Ele era um biólogo e estava mais interessado..." E ela continuou, brilhante. Contudo, inegavelmente a mais esperada contribuição da Cris foi justamente quando ela chamou a atenção de todos para a inexistência por parte de Piaget de alguma proibição expressa para isso ou aquilo que, infelizmente, é largamente afirmado em seu nome. São "verdades" como não se pode corrigir redações ou usar livros didáticos. Ainda segundo Cris, a correção da redação - que pode ser desenvolvida em várias etapas com a criança - é de vital importância para a formação de um ser social conhecedor de sua língua materna. Quando ao livro didático, não restou dúvida para os alunos: tanto este quanto outros recursos podem representar um vazio, ou se tornarem magníficas ferramentas numa sala de aula enriquecedora. É o uso que se faz de um recurso que lhe empresta valor ou não.
E repito aqui o que, pedindo a palavra, afirmei em sala de aula... 
Justamente pela carência de formação, esta mesma que se encontra em pleno curso no momento, acabamos "comprando" verdades de senhores e senhoras com nos citaram nomes de quatro ou cinco teóricos, impressionando-nos com sua erudição. Intimamente a questão estava posta: "Como questionar alguém com tal conhecimento? Vamos ouvir e colocar em prática o que nos é dito."
O que temos agora é um outro tempo, um outro educador, o qual se sente à vontade para contra-argumentar quando julgar necessário, jamais na tentativa - vazia - de expor ao ridículo uma teoria, mas justamente para dirimir as dúvidas que surjam, a fim de apropriar-se desta teoria estudada.
Assim, está mais do que em tempo de "devolvermos" as verdades adquiridas, buscando não mais em fragmentos mas na essência de cada teórico o que ele pode oferecer de modo a lapidarmo-nos cotidianamente em nossa prática.

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