domingo, 31 de agosto de 2008

Erik Erikson e as fases do desenvolvimento humano



Em 15 de junho de 1902 nascia, na cidade de Frankfurt, Erik Homburger Erikson. Erikson foi o responsável pela Teoria do Desenvolvimento Psicossocial. De acordo com sua teoria, o desenvolvimento se dá por fases - não é fruto do acaso - relacionado ao meio que rodeia o indivíduo e sua interação com o mesmo.O primeiro estágio ocorre a partir do nascimento e se estende ao longo do primeiro ano de vida da criança. A criança está completamente ligada à mãe, estabelecendo com ela sentimentos de confiança e desconfiança. Da mãe a criança espera a satisfação de suas necessidades.

O segundo estágio traz para criança as normas de uma sociedade, e ela começa a perceber que algumas atitudes são aprovadas e outras censuradas. Este estágio é tido como a etapa da autonomia, da dúvida e da vergonha. A criança já explora o mundo a seu redor, conhece outros indivíduos e estabelece as primeiras relações com estes, além do seio familiar, mais precisamente a mãe.

No terceiro estágio espera-se da criança uma interiorização do que é permitido e negado a ela fazer. A criança tem a possibilidade de desenvolver mais iniciativa e experimentar menos culpa por seus impulsos, sendo esta etapa chamada de estágio da iniciativa/culpa.

No quarto estágio, o qual ocorre junto à entrada na escola, mas antes da adolescência, a criança percebe que pode, ao interagir com o meio, produzir algo. Obviamente, sentir-se-á capaz com mais probabilidade aquela que, nos estágios anteriores, experimentou confiança (em relação à mãe), autonomia (em seu meio) e iniciativa (no momento de decidir). É chamado de estágio da indústria (por ser capaz de produzir algo) e da inferioridade. Sentimentos de inferioridade poderão bloquear a criatividade desta criança, bloqueando sua capacidade de indústria.

O quinto estágio é o que marca a adolescência. Um estágio de formação e confusão de sua identidade. A confusão de identidade pode ocorrer quando as próprias expectativas, as de seus pais e de seus pares entram em conflito.

O sexto estágio ocorre, de forma aproximada, entre os 20 e os 30 anos. É questão-chave neste estágio a capacidade do jovem adulto de estabelecer relações íntimas com seus pares, estas entendidas como relações de profunda troca, não de cunho sexual exclusivamente. O oposto seria o isolamento, o qual se dá quando do insucesso em cultivar tais relações. É chamado de estágio da intimidade/isolamento.

O sétimo estágio caracteriza-se em um indivíduo quando ele passa a desejar orientar as pessoas a seu redor e a preocupar-se com o meio, além dos seus semelhantes. É o estágio da afirmação pessoal, sendo seu cunho contrário o da estagnação. Este estágio recebe o nome de generatividade/estagnação.

O oitavo e último estágio surpreende o indivíduo pensando acerca de seu passado, sentindo-se “em paz” com o que pode fazer, íntegro em seu momento presente. Da mesma forma, este estágio também desperta em indivíduos sentimentos de fracasso, como se a vida não valesse o esforço. É chamado de estágio da integridade/desespero.

Percebe-se acima um resumo da teoria deste psiquiatra que veio a morrer em 12 de maio de 1994, em Harwich, estado de Massachusetts, EUA. Para fins de elaborar este apanhado, consultei vários tópicos no site Wikipedia. Contudo, é possível acessar diretamente a página criada sobre Erikson
clicando aqui.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Projetos de aprendizagem

Até a segunda aula presencial do Seminário Integrador V, projetos de aprendizagem e de ensino só se diferenciavam na nomenclatura, pois me pareciam a mesma proposta de trabalho. Não poderia haver engano maior.

Ficou muito claro, após a atividade de perguntas propostas pelos professores Eliseo e Silvestre, que o projeto de aprendizagem rompe com um paradigma logo no início: a forma seqüencial de apresentação de conteúdos. Com o desenvolvimento do projeto, a construção do conhecimento se efetiva nas trocas, ou seja, nas interações entre os educandos e destes com os multi-meios que lançarem mão para o aprofundamento de questões.

A motivação inicial é a não-censura, ou seja, a possibilidade de explorar um tema do seu interesse. Alunos com interesses comuns podem, trabalhando em grupos, ampliar muito além do esperado as possibilidades de construção do saber.

O início do trabalho com projetos de aprendizagem dá-se, de maneira resumida, da seguinte forma:
  • Explosão de idéias, de hipóteses, de questionamentos;

  • Análise destes questionamentos;

  • Organização das perguntas formuladas em temas;

  • Seleção de fontes de informação por parte dos alunos;

  • Vivência da autonomia por parte do educando;

  • Clara relação por parte do aluno entre seu empenho e responsabilidade para com o andamento do seu trabalho.

Os componentes curriculares não determinam o que deve ser estudado neste tipo de projeto, mas os anseios discentes é que irão permitir que os Estudos Sociais, as Ciências e as Linguagens (para ficar em três exemplos) contribuam com provocações e teorias.

Nesta modalidade de projeto, a avaliação ocorrerá naturalmente durante o processo, sendo que uma permanente auto-avaliação permitirá ao educando não perder seu foco.

Particularmente, como o assunto é novo para mim - sempre trabalhei com projetos de ensino - fui buscar fontes na Internet que tratassem do tema. Como a Internet tem uma profusão de sites sobre praticamente qualquer assunto, não seria diferente com este tema. Selecionei a seguir alguns sites que podem ser de grande valia para uma reflexão inicial a respeito do tema em questão.

Escola 2000 Entrevista com um professor da UNICAMP, o qual responde, entre outras questões, como os projetos de aprendizagem dos alunos podem oportunizar o desenvolvimento de competências e, na prática, como isso acontece...

Wiki Projeto de Aprendizagem Este Wiki traz informações extremamente esclarecedoras sobre projetos de aprendizagem, além de utilização de mapas conceituais na educação.

Experiência com turma de 4ª série Encontrei este relato de experiência da aplicação de um projeto de aprendizagem em turma de 4ª série do ensino fundamental pelo Instituto de Matemática da UFRGS.

Portal Ensinando Traz um longo e enriquecedor artigo, o qual não deixa dúvidas quanto à metodologia do projeto de aprendizagem. Logo no início, um sub-título provoca: APRENDIZAGEM POR PROJETO É O MESMO QUE ENSINO POR PROJETO? Vale a pena uma consulta demorada.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Ser adulto


O tema inicial sugerido pela interdisciplina de Psicologia da Vida Adulta não poderia ser mais oportuno, posto que trabalho com EJA: afinal, o que é ser adulto? Quais as facetas de um adulto? E como o adulto aprende?

Fiz uma pequena pesquisa na Internet a respeito e percebi que há conceitos diferenciados do que significa ser um sujeito adulto. À luz da lei é aquele que já pode assinar um contrato. E à luz da biologia? E da psicologia? E do senso comum?

Também podemos nos defrontar com etapas e rituais distintos que celebram a entrada na vida adulta. Para ficar apenas em duas culturas, no Japão existe uma cerimônia pública com a presença de autoridades, a fim de marcar a passagem da adolescência para a fase seguinte, o que ocorre aos vinte anos, a qual transcorre com discursos e cumprimentos. Já em algumas regiões da África, aos 13 anos se celebra a entrada na vida adulta quando meninos enfrentam testes de bravura. Amarrados pelos pés, deixam-se cair rumo ao solo, sendo puxados instantes antes de uma fatalidade pelo efeito elástico do material utilizado como corda. Quem passa pelo teste, é considerado adulto.

Impossível não pensar, de volta ao Brasil, que ser adulto deveria trazer consigo uma postura diferenciada, digamos, próprias de quem deixou a adolescência, quais sejam: responsabilidade pelos seus atos e pelos sentimentos alheios; perseverança frente aos desafios cotidianos; ética nas relações inter-pessoais; honestidade em toda e qualquer situação, ... Isso sem esquecer daquelas atitudes que, mesmo quando crianças, devemos impregnar em nossa conduta:

1. Não jogar papel no chão;

2. Não cuspir em público;

3. Não falar alto em locais públicos;

4. Atender ao celular em um ônibus somente quando imprescindível, sendo breve;

5. Não fumar próximo de outras pessoas, exceto se as mesmas forem fumantes;

6. Jamais furar uma fila;

7. Olhar nos olhos de quem nos atende (garçom, balconista, caixa,...), pois eles são seres humanos também, não máquinas;

8. Tratar com respeito todas as criaturas, principalmente as indefesas;

9. Lembrar que nao existe JOGAR FORA quando o assunto é lixo, pois não há FORA em nosso Planeta;

10. Não discutir, apenas dialogar, sobre religião, preferências partidárias e gostos em geral;

11. Não se considerar um ser supremo, a pedra lapidada por excelência da criação. Pelo contrário, manter-se em posição humilde em seu dia-a-dia;

12. Ser sereno.

Seríamos MADUROS, não somente adultos, ao incorporar princípios de convivência que respeitem a todos, humanos ou não. E, a fim de concluir pontos que tenho como imprescindíveis na vida adulta, lembro que não devemos deixar de ver graça e diversão em balões e pandorgas jamais... ou você já esqueceu a ilustração no inicio desta postagem?

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Uso gratuito de palavras...


Tão logo iniciamos os estudos, percebi que o eixo 5 do PEAD nos motiva a aprofundarmo-nos quanto ao significado de termos de uso cotidiano. Basta que liguemos a televisão, abramos um jornal ou, obviamente, tenhamos contato com outras pessoas, para que nos deparemos com termos como neoliberalismo, terceiro setor, políticas públicas, entre outros. Entretanto, a questão que se coloca é o quanto estamos apropriados dos seus significados e implicações em nosso dia-a-dia.


A interdisciplina de Organização e Gestão da Educação intervém em nosso favor, propondo um basta nos lugares-comuns e no emprego gratuito - nem sempre correto - de tais expressões.


A leitura do artigo sobre políticas públicas e gestão da educação, comentado na postagem a seguir, marcou o ponto de partida para um discurso mais claro e bem estruturado de nossa parte. Flagrar o uso de terminologia de forma equivocada por parte de um educador compromete, de forma extremamente severa, sua credibilidade por parte de seus ouvintes.


Não é necessariamente recente a postura do PEAD em prol de uma linguagem mais adequada a futuros pedagogos, pois desde o primeiro semestre somos instigados a dela nos apropriarmos.

Políticas Públicas e Gestão da Educação



A leitura do artigo de Vera Maria Vidal Peroni acerca das políticas públicas e gestão da educação em tempos de redefinição do papel do Estado, propõe uma reflexão quanto ao que entendemos como relação sociedade X Estado X políticas públicas, construída pela corrente neoliberal em nosso País a partir do final do Século XX.


No Brasil, semeia-se desde então o pensamento de que o Estado é o culpado por qualquer crise que se apresente – social, econômica, etc - supostamente por haver investido demais em políticas sociais e tomado para si o papel de atender às urgências. Responsabilidades transferidas para a sociedade civil, pinta-se um quadro no qual lutar pelos direitos coletivos passa a ser visto como um ato contra os interesses da nação. Não raro, toda associação para fazer valer acordos ou com o intuito de alertar a sociedade para o descumprimento de algum direito, ganha ares de oposição ao governo ou, pior, “baderna” nas páginas de jornal e mídias eletrônicas de comunicação. Ainda sob esta mesma ótica neoliberal, os investimentos sociais, os movimentos e os funcionários públicos tornam-se os vilões das conquistas econômicas. O que vemos é um Estado pífio para as políticas públicas e um Estado extremamente comprometido com as políticas de mercado.


As políticas sociais habitam muito mais o terreno da oratória vazia, pois se perdeu o foco quanto às demandas e à concretização de medidas que revertam um quadro indesejado. Como outra estratégia neoliberal, o terceiro setor estimula a filantropia e o trabalho voluntário na sociedade civil, possibilitando destinar para a esfera financeira o dinheiro de impostos que deveriam ir para as políticas públicas (educação, saúde, etc), ainda que sejam socialmente louváveis a filantropia e o voluntariado.


E a escola em meio a tudo isso? A escola sempre foi pensada para aqueles que tem estabilidade social e econômica, assim como o acesso aos bens culturais. Nossa grande demanda é construir uma escola que acolha, principalmente, os sujeitos de um cotidiano vulnerável em todos os aspectos. Contudo, antes de qualquer nova proposta de ação, o professor precisa entender as práticas políticas não apenas em micro-escala, mas erguendo seu olhar a uma escala mundial. Urge repensar nossa participação cotidiana, não somente a cada período eleitoral, em nossa sociedade. Ao tomar consciência do seu papel, não apenas o professor, mas todo o cidadão torna-se sujeito de avaliação, controle, aprovação e veto ao governo, deixando no passado uma postura apática frente às demandas que se fazem presentes.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Hypervideo - Que recurso é este?


O retorno sempre traz uma certa expectativa: quais serão os nossos professores, os tutores, as ferramentas com as quais trabalharemos, os temas que serão abordados, ... Particularmente, vibro quando somos presenteados com algo inovador, o que já se tornou rotina em nosso PEAD.

Em nosso primeiro encontro do Seminário Integrador V, conheci a ferramenta de nome "hypervideo". Será certamente uma realidade nos vídeos do site You Tube, como o professor Eliseo mostrou-nos nessa terça-feira. Ao assistir o vídeo com as cartas sendo dispostas na tela, aliado à possibilidade de interagir com cliques de mouse, determinando assim um resultado diferente, percebi o quanto este novo recurso pode auxiliar tanto o professor quanto o educando. Mas auxiliar em quê?

Ora, não é pedir demais pensar que, para nosso aluno, interagir com um vídeo no computador é muito mais interessante do que passivamente assisti-lo. Parto do princípio que os alunos dificilmente entendem o computador como uma ferramenta que apenas exibe algo, como a tv e o dvd. Para eles, o computador está muito próximo de um Nintendo ou Playstation, isto é, sentar em frente ao micro cria uma expectativa de interação. Aqui entra o "hipervideo", que permitiria ao aluno escolher, por exemplo, quais itens colocar na cesta que a Chapeuzinho Vermelho leva para a vovó - para ficar em apenas um clássico da literatura infantil. Cada aluno poderia decidir qual o caminho a seguir, lembrando que uma floresta pode não ser a melhor escolha. Os perigos poderiam ser outros, não apenas o lobo. Caso o aluno escolhesse as ruas da cidade, teria que atentar para os semáforos, os nomes de ruas, usar do senso de direção, etc. Ao chegar na casa da vovó, ele escolheria ainda o que ela poderia estar fazendo, evitando que a bondosa senhora fosse eternamente vítima do lobo. Aliás, quem sabe o lobo também possa ficar amigável através do "hypervideo"?




domingo, 10 de agosto de 2008

Atividade 2 - Planejamento

O link abaixo leva à segunda atividade do Seminário Integrador V.

Por favor, clique aqui.

Atividade 1 - Novo Semestre

Ao longo dos semestres que antecederam esta quinta etapa, pude perceber que as disciplinas são distribuídas de modo que ocorra uma natural interdisciplinaridade entre elas. Explico: a teoria da uma interdisciplina mantém o foco não apenas em si mesma, mas no conjunto a compor o semestre como um todo, permitindo que os conceitos construídos permeiem a totalidade.

Este novo semestre está evidentemente voltado para o planejamento das ações pedagógicas da escola em todas as suas esferas. Enquanto até o momento estivemos centrados em diferentes componentes curriculares, o quinto semestre nos convida a inteirarmo-nos da organização do ensino e sua gestão, assim como do projeto pedagógico de uma instituição. O semestre também nos brindará com o estudo da Psicologia da Vida Adulta, por certo um prosseguimento dos estudos iniciados com o professor Paulo logo no início de nosso curso.

Fazendo uma costura (integração) com todas as interdisciplinas, o Seminário Integrador proporá, sem dúvida, reflexões de cunho prático, provocando reflexões de mudanças em nosso cotidiano profissional e pessoal.

A fim de fazer jus a todo este visível empenho da equipe do PEAD em oferecer-nos sempre o melhor semestre possível, meu propósito mais uma vez será o de manter as atividades não apenas dentro do prazo, mas permiti-las interagir com meu dia-a-dia, jamais tornando-me expectador, mas agente do meu aprimoramento como estudante da UFRGS e enquanto professor do Ensino Fundamental.