quarta-feira, 9 de abril de 2008

Reflexão Sobre a Síntese

Interdisciplina: Seminário Integrador IV
Professor: Silvestre Novak
Aluno: PAULO ASSIS COSTA MEDEIROS
Data: 03 de abril de 2008 (Data original da postagem no wefólio)
Atividade: Reflexão Defesa da Síntese


Durante muito tempo acreditou-se - e há quem ainda o creia - que a aprendizagem estava intimamente ligada à memorização, em detrimento da construção de conceitos a partir de leitura de mundo, pesquisas e reflexão. Os alunos eram condicionados a responder extensos questionários, devolvendo os conteúdos ao longo de vários exercícios em provas escritas. Concluída a prova escrita, restava aguardar uma nota dada pelo professor a partir da capacidade do aluno em repetir o que retera previamente.

Em um processo de memorização, resta ao aluno incorporar conceitos pré-construídos, ao mesmo tempo que o professor limita-se a transmitir o que se encontra nos livros didáticos, ou seja, falar a respeito de conhecimentos elaborados e registrados de antemão.

A proposta de síntese de aprendizagens e a forma de sua apresentação não simplesmente rompe paradigmas, mas provoca desacomodação no processo de aprendizagem pessoal. Ao desestimular a memorização de dados, a síntese privilegia capacitar o aluno do PEAD com uma linguagem científica e cultural a partir de suas experiências teóricas e práticas. Diferente de uma prova escrita voltada para a aferição da capacidade de retenção de informações, a síntese só é possível a partir de relações estabelecidas pelo aluno com o meio social, cultural e físico, ou seja, seu entorno.

A construção e posterior defesa da síntese causaram desconforto inicial posto que rompia com diversos fatores, entre eles:
a) expansão de conceitos reducionistas, consequência de uma prática de ensino não adotada no PEAD;
b) valorização das concepções e práticas pessoais atrelado ao conhecimento teórico;
c) inexistência de exercícios repetitivos que visassem a memorização;
d) necessidade de leitura e pesquisa, aprofundadas em reflexões de cunho social, histórico e cultural.

Obviamente que a ausência de uma receita, um modelo a seguir, acaba por provocar tanto uma certa insegurança quanto motiva para o desenho de uma paisagem de conceitos, construída a partir da interação com todos os que caminham no PEAD. Todos os alunos estão em iguais condições de produzir as sínteses quando o semestre se aproxima do final, mas é a qualidade da caminhada que emprestará qualidade ao que é postado. Dificuldades com tecnologias surgem ao longo do processo, provocando inclusive protestos por parte de alguns. Entretanto, o aprendizado igualmente reside tanto na capacidade de manter o foco nos objetivos pessoais e das interdisciplinas quanto na constância do acesso ao Rooda e a todas as áreas de apoio disponíveis.

Responsabilizar ambientes virtuais por alguma suposta impossibilidade de dar continuidade aos trabalhos, além de postura irresponsável, demonstra despreparo e imaturidade para os novos tempos, os quais exigem educadores capazes de buscar nos recursos à mão ferramentas que os auxiliem a modificar suas certezas e atitudes docentes.

A formação docente não pode mais ser encarada como simples domínio de conteúdos e metodologia, assumindo a síntese papel de disparadora de um processo reflexivo, a partir das dúvidas que porventura surgissem no concatenar das idéias previamente pensadas.

A dúvida maior - deseja a síntese que cada aluno "devolva" tudo o que aprendeu nas interdisciplinas? - residiu no pensamento nos primeiros instantes, dando lugar à análise, observação, discussão e conclusão na medida em que se compreende ser este um momento de avaliação qualitativa, assim como de novas aprendizagens.



Um comentário:

Geny disse...

Paulo ao analisar sua atividade “Reflexão Defesa da Síntese” concordo com as citações que aparecem “entre linhas” dos antiquados condicionamentos que os alunos eram colocados a provas de responder questionários com respostas pré estabelecidas por seus professores, não respeitando a criatividade do aluno. Hoje estamos vivenciando outra realidade que aos poucos vão mudando de direção. Mais difícil tanto para o professor como para o aluno, desacomodando-o e levando-o a necessidade de leitura e pesquisa, assim oportunizando-o a descoberta para o seu desenvolvimento no campo do conhecimento para que possa desenvolver as principais aptidões: competência técnica, habilidades, atitudes, posturas, propor soluções inovadoras e mudança de comportamento. No primeiro momento causa desconforto com bem já descreveste. Uma reflexão sobre o momento presente, no qual diferentes formas de pensar e compreender o mundo estão nascendo. Para adquirir a flexibilidade adequada que nos permita conviver com revoluções, aceitar mudanças e promover transformações. As mudanças radicais e continuas desse século provocam toda a espécie de cenários, cujas leituras foram objeto de analises de diferentes correntes acadêmicas nas mais diversas áreas do conhecimento. Acredito que uma atitude de eterno aprendiz seja bastante saudável para futuros pedagogos, bem como para os próprios pedagogos em atuação.
Geny Schwartz da Silva