segunda-feira, 21 de abril de 2008

Olhando Nosso Entorno



Numa proposta de reflexão da interdisciplina de Ciências Naturais, todos os alunos do PEAD foram provocados a escrever sobre suas interferências no meio ambiente. Sendo este um tema que me motiva a fazê-lo, perceber a participação intensa dos colegas no fórum criado para tal foi bastante satisfatório. (Postagem da maior parte deste texto foi feita no webfólio)

O vídeo BALANCE, vencedor do Oscar de melhor curta de animação em 1990, - clique aqui para assistir - indicado no módulo 2, retrata o quão frágil é o equilíbrio em nosso Planeta e como cada ser humano faz a diferença para um cotidiano sustentável.
BALANCE é um curta-metragem de 1989, vencedor do Oscar de melhor curta de animação. O vídeo foi produzido na antiga Alemanha Ocidental, ou seja, quando o Muro de Berlin ainda era uma realidade entre nós. Nota-se um viés crítico ao cotidiano e a atual falta de harmonia entre os habitantes de nosso Planeta.

Podemos fazer uma analogia entre o título do curta e o recurso de balanço de qualquer aparelho de som com este controle, o qual divide as notas musicais entre os canais direito e esquerdo. Quando o balanço encontra-se demasiado para a esquerda, menos som é percebido pelo canal contrário, e vice-versa. Uma perfeita harmonia entre os dois canais só é obtida quando o controle de balanço não privilegia nenhum do canais em especial. Da mesma forma, sempre que um determinado indivíduo ou grupo destes não tem direito aos mesmos privilégios de um indivíduo ou grupo distinto, ocorre uma ruptura nesta harmonia, ocasionando as cotidianas diferenças gritantes tanto entre nações quanto classes sociais de uma mesma localidade.

1) Escreva sobre a relação entre a ocupação do espaço pelos habitantes daquele universo e o equilíbrio do mesmo.

O vídeo basicamente explora, de maneira incrivelmente didática, a importância da cooperação para que exista um equilíbrio no conjunto. É justamente quando algum indivíduo, no vídeo, cede à sua curiosidade e deixa de cooperar que o desequilíbrio ocorre, comprometendo de forma fatal para a segurança de todos. À medida que os habitantes daquele universo plano ocupavam espaços de maneira irresponsável, toda a harmonia do ambiente sofria diretamente um desequilíbrio, colocando em risco a segurança de cada indivíduo. Enquanto no início do filme o foco de cada habitante estava voltado para o equilíbrio de seu mundo plano, conforme estes cedem ao desejo de descobrir o que se esconde no interior de uma caixa, sem qualquer cooperação para tanto, ao final podemos observá-los em inúmeras tentativas individuais e infrutíferas de salvar suas próprias vidas. A vida no universo plano só seria possível com uma ocupação ordenada, democrática e cooperativa dos espaços.

2) Como ações individuais podem alterar o equilíbrio de um sistema?

Se eu e você entendêssemos a Terra como um corpo vivo, os seus habitantes humanos seriam divididos em dois grupos: um primeiro que destrói e um segundo que tenta recuperar o que o primeiro causou ao organismo que todos habitam.

As pessoas do segundo grupo já foram chamadas de “biodesagradáveis”, pela insistência com que tratam um tema que a cada dia torna-se mais urgente: estamos consumindo à exaustão os recursos de único planeta conhecido capaz de sustentar a vida humana.

Pensando no foco do questionamento proposto acima, as ações individuais nos lembram que somos todos responsáveis pelo cotidiano de desequilíbrio ambiental com o qual tentamos conviver. Um exemplo do quanto somos parte do problema e, ao mesmo tempo, da solução, é o rodízio de automóveis adotado em São Paulo, pensado igualmente para a capital gaúcha. Cada automóvel que circula nas avenidas de uma cidade faz diferença no cômputo final tanto dos congestionamentos de tráfego quanto na qualidade do ar que respiramos. O indivíduo que tem como destino para os restos de alimentos uma composteira, ou aquele que separa o lixo antes de depositá-lo em frente de sua residência, estão promovendo uma máxima de Gandhi, que dizia: “Devemos ser a mudança que queremos para o mundo.” Os restos que foram para a composteira, para ficar só neste exemplo, poupam o aterro sanitário e dispensa o proprietário da mesma de comprar adubo químico para os seus canteiros de flores e hortaliças. Uma pequena mudança que poupou o solo de produtos químicos e promove uma alimentação mais saudável. Uma atitude simples que promove mudança em um cotidiano que urge pelo resgate de uma vida mais simples e ecologicamente responsável.

3) Relacione a proposta do filme com o DESEQUILÍBRIO AMBIENTAL.

O desequilíbrio ambiental ocorre quando os fatores bióticos e abióticos sofrem uma desarmonia em suas inter-relações. Por exemplo, quando as ações do homem interferem de tal modo na qualidade da água dos mananciais, a ponto de um rio ser considerado morto, diz-se que as relações desarmoniosas e irresponsáveis do homem para com seu meio causaram um desequilíbrio ambiental. No curta “Balance” esta ação irresponsável é representada pela curiosidade desmedida, que impera em detrimento da segurança de todos e do equilíbrio do universo que habitam, causando a ruptura da harmonia cotidiana, resultando na morte dos indivíduos que antes viviam sem maiores contratempos.

O filme propõe uma tomada de atitude individual em prol da coletividade, de tal forma que nossas ações visem à cooperação, pela manutenção das condições adequadas para a vida na Terra.

Ainda nos parece ser possível reverter as ações predatórias da raça humana na Terra, mas este precisa ser entendido como um compromisso de todos, não somente dos governos ou de um grupo de indivíduos. Cada um de nós interfere no ambiente de maneira danosa, nos atos mais rotineiros do dia-a-dia.

Reflita: Ainda que não joguemos papel no chão, que levemos nossa garrafinha de água mineral vazia consigo até a próxima lixeira e outras atitudes próprias de um cidadão bem educado, já pensamos no impacto que os inúmeros produtos químicos utilizados na limpeza de nossas residências causam no destino final destas substâncias?

Por vezes tenho a impressão que somos, das criações divinas, a única que não saiu conforme os planos dEle. Ainda numa perspectiva creacionista, penso que interpretamos mal a ordem para "dominarmos" o mundo. Conjugamos o verbo com outros de forma irresponsável: dominar com tiranizar; dominar com devastar, ...

Como educadores, devemos exercer o papel de promotores de um cotidiano menos danoso, buscando uma integração gradativamente maior com o meio do qual somos parte - não senhores.

Como habitantes do Planeta, é indispensável recordarmos que cada pequena ação nossa faz a diferença no todo. Tal qual o mote "pense globalmente, aja localmente", apontar o olhar para o nosso entorno nos distancia das utopias.

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