terça-feira, 12 de outubro de 2010

Construção do conhecimento


O eixo 3 intencionalmente teve um viés marcadamente lúdico. Os jogos estiveram presentes na interdisciplina de Ludicidade e Educação. Redescobrimos que através do brincar nos ajustamos às regras ou as construímos em acordo com os demais. O jogo justamente se presta a perceber a impossibilidade da harmonia sem a observância a um conjunto de normas por parte de todos.

Também foi neste eixo que descobri o jogo cooperativo, pois até então minha formação foi praticamente toda sob bases de caráter competitivo e eliminatórias. A dança das cadeiras, jogo no qual caem fora as pessoas que não conseguem sentar-se no momento em que a música cessa, ilustra de forma fidedigna a indiferença com que são tratadas as pessoas que necessitam de seu tempo para aprender, para amadurecer ideias, para refletir.

Neste sentido, gostaria de fazer nesta postagem uma breve reflexão acerca da construção do conhecimento. O PEAD, ao desatar mordaças e desamarrar mãos, nos fez compreender e apreender como se da o processo de construção do conhecimento à luz de concepções construtivistas e socio-interacionistas.

Para Piaget, o conhecimento é gerado a partir da interação do sujeito com o seu meio. Contudo, este sujeito traz para esta interação estruturas pré-existentes, razão pela qual se fala que devemos valorizar aquilo que nosso aluno sabe. A luz de Piaget, o que se percebe é que o conhecimento se processa não ao longo de etapas que seriam superadas, mas em patamares que comungam de saberes em distintas nuances, o conceito mais simples auxiliando na construção de níveis mais complexos do conhecimento.

Deste modo, a aprendizagem justamente ocorre quando eu, o sujeito, interajo com o meu entorno, com outros sujeitos e com objetos que estão neste meio que compartilhamos.

Demorei um pouco para entender perfeitamente conceitos como assimilação e acomodação, por mais que lesse Piaget. Pois foi outra interdisciplina deste mesmo eixo, Artes Visuais, que me desacomodou – outro conceito piagetiano – e me convidou a pensar as manifestações da arte a partir de conceitos já construídos, ou seja, responder a partir de uma aprendizagem prévia (assimilação) e a mudar minha postura frente a um estímulo externo, à demandas do meio (acomodação).

Para Piaget, assimilação e acomodação seguem indissociáveis. E é o desejável equilíbrio entre estes dois extremos que ele denomina de adaptação. A adaptação (ao novo) me permite conhecer mais, gera aprendizagem significativa, resultado da equilibração das estruturas cognitivas do educando.

O tema do meu TCC justamente me faz refletir acerca de algo que já dominava antes do PEAD – o computador e seus inúmeros recursos – e quantas abordagens novas foram apresentadas ao longo do curso, fazendo com que eu usasse o que já havia construído internamente adaptando-me às novas exigências do meu entorno.

2 comentários:

Patrícia_Tutora PEAD disse...

"Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre." Paulo Freire

Abs

Paulo disse...

Pois é Patrícia. Teu comentário, com as palavras de Freire, também um Paulo, vieram em alento a minha furtiva ansiedade por flagrar-me ignorante em tantas coisas que, como desejo, aprofundar-me bem mais. Obrigado.
Paulo