segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Reflexão



Todos já ouvimos alguém a dizer que uma pessoa é do tamanho de seus sonhos. Penso no quão pequeno se sente o indivíduo que não acalenta qualquer perspectiva de vida, não planeja nem, portanto, almeja qualquer novo movimento em seu cotidiano presente e futuro. Aqueles que não têm aspirações, apenas se deixam levar por mais um dia e uma noite que a este segue, num ciclo natural sem fim.
A disciplina de Ludicidade e Educação convida-nos a pensar acerca de nossos sonhos, perguntando: teria eu um sonho para sonhar? Como pretendo atingí-lo? Em meu cotidiano profissional, o que faço para fomentar a emergência dos sonhos de meus alunos?
Há aqueles que se reservam o direito de não falar a respeito de seus projetos, pois acreditam que isso comprometeria sua realização. Em outras palavras, temem o chamado “olho gordo”. Particularmente, não me detenho a analisar se o dito “olho” realmente existe, mas penso que quando algo tão desejado não se contempla, é menos em função de uma energia alheia do que por irresponsabilidade de quem não acreditou em sua própria capacidade para chegar aonde almejava. Quando ouvimos de alguém que algo é “muita areia para seu caminhão” estamos diante de alguém que, além de repetir ditos populares, carrega consigo uma flagrante baixa auto-estima. Quem determina o limite de cada um em sua caminhada rumo aos sonhos não é mais ninguém do que aquele que sonha, seja este um sonho pequeno ou grande.
Uma verdade inquestionável é que estamos sempre certos quando nossa reflexão aponta para o que acreditamos ser possível; ao acreditarmos que podemos ou não fazer e/ou ser algo que desejamos estamos totalmente corretos. Em outras palavras, acredito que o otimismo nada mais é do que uma torrente de energia mental, espiritual e amorosa para conosco a nos impulsionar enquanto o pessimismo nos acorrenta ao lugar no qual desejaríamos não permanecer. O atleta para-olímpico, que apesar de todas as dificuldades que a ausência de visão, membros ou harmoniosa função neurológica impõem, supera-as uma a uma e sente o calor da medalha no peito é alguém que não se permitiu acorrentar. A mãe que consegue educar seus filhos conforme padrões éticos, morais e religiosos, sozinha e com um salário longe de ser digno é tanto uma otimista quanto uma vencedora. A educadora, esposa e mãe que, após uma jornada de 40 horas ou mais ainda se dedica com afinco às atividades em uma Universidade que julgava tão distante está longe de ser alguém que esmorece diante das dificuldades, próprias do caminho daquele que agarra as rédeas de seu futuro com as duas mãos.
Assim, neste dia do professor, reflitamos com sinceridade e sem pudor: o que nos move dia-a-dia em nosso fazer pedagógico? Que certezas alimentamos em nosso íntimo e no coração de nossos alunos? Qual a extensão de nossos sonhos? Por que permanecemos educadores?

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