segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

* Avaliação *



A avaliação da aprendizagem de sua turma é ao longo do processo? Ou esta se dá pontualmente, de tempos em tempos? A despeito da resposta para a questão acima, avaliar é sempre uma questão que suscita reflexões necessárias.

Penso que primeiramente devemos pensar em nosso público – o aluno das séries iniciais. A criança, ao entrar na escola, experimenta uma atmosfera na qual o conhecimento passa a ser sistematizado. Até o momento, todo o conhecimento se dava de forma espontânea; agora, ocorre de acordo com um planejamento do qual ela não participara e dentro de regras que ela não construíra. Dado seu estágio, de acordo com Piaget, esta mesma criança estará mais centrada em si mesma do que à escola, ainda que a aceite – por conveniência (por representar um espaço que possibilita formar novos círculos de amigos) ou pela necessidade de desenvolver uma certa autonomia, a qual o seio familiar via de regra acaba usurpando-a de gozar.

Esta é a criança que se vê diante de uma prova, um teste, uma verificação,... não importa o nome que é conferido a um conjunto de atividades em uma folha de papel – definitivamente, para a criança, ela será submetida a um instrumento que separará os aptos dos inaptos.

O que o aluno percebe é que sua aprendizagem será avaliada conforme um escore, o qual mais alto será quanto mais suas respostas se aproximarem de uma norma vigente.

O ideal é que se ampare a avaliação sob uma ótica qualitativa, levando-se em conta a apreensão dos conhecimentos e sua aplicabilidade, reduzindo progressivamente uma eventual lacuna que separe a esfera pedagógica (escola) da esfera social (o cotidiano nas ruas, nas lojas, na família, etc) no que se tange os aspectos cognitivos.

Perrenoud (1999) evidencia que a avaliação é fonte de hierarquias de excelência. Para o autor, estabelecendo-se tal hierarquia decidirá o papel do aluno na sociedade e sua entrada no mercado de trabalho.

Segundo Teresa Esteban, a avaliação deverá desapegar-se da necessidade de julgar a aprendizagem do aluno e passar a "servir como modelo capaz de revelar o que o aluno já sabe, os caminhos que percorreu para alcançar o conhecimento, o que o aluno não sabe, o que pode vir a saber, o que é potencializado e revelado em seu processo, suas possibilidades de avanço e suas necessidades para superação, sempre transitória do saber.”


Referências bilbiográficas:

PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Trad. Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999. 183 p.
ESTEBAN, M. T. Práticas avaliativas e aprendizagens significativas em diferentes áreas do currículo. SILVA, Jansen Felipe; HOFFMAN, Jussara. ESTEBAN, Maria Teresa (Org,). Porto Alegre: Mediação, 2003, p. 33 a 44

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