Falar de inclusão é novo para a maioria de nós, pois o que tínhamos até então era o conhecimento de que as havia pessoas com necessidades educacionais especiais, e que também havia, em Gravataí, uma escola especialmente para elas: a Escola Cebolinha.
O problema não residia na Escola Cebolinha, pelo contrário. A questão começou a ganhar forma quando a proposta de inclusão foi adotada. Sentimentos de medo, estranhamento e confusão, normais diante do desconhecido, mesclaram-se ao desejo de poucos de trabalhar com os diferentes - esquecendo-se que diferentes todos somos quando comparados uns aos outros.
O processo iniciou-se, as escolas passaram a receber alunos que antes só teriam como destino a Escola Cebolinha e parecia que tudo caminhava para um resultado positivo. Particularmente percebo que as escolas não podem se eximir de sua obrigação, em nome destes novos alunos, de exigir comprometimento do poder público no que diz respeito a investimentos humano, pedagógico e material em todas ao longo de todo o ano letivo. Do contrário, apenas estarão as escolas permitindo que este governo se esquive da necessidade de construir escolas como a Escola Cebolinha, posto que aquela a muito esgotara sua capacidade de atendimento em razão da grande demanda.
Sou a favor da inclusão, mas atrelada ao respeito por estes novos alunos, garantindo-lhes não apenas um espaço físico exíguo numa sala com um mínimo de estrutura (ou nenhuma) para acolhê-lo. A construção de rampas em uma escola apenas garante o acesso de uma cadeira de rodas, mas não a inclusão daquela que dela necessita para deslocar-se. Visto que o papel da escola é o de fomentar um futuro igualitário, justo e sem preconceitos, a inclusão demanda bem mais que barras, portas largas ou um sanitário diferenciado, mas um cotidiano recheado de oportunidades pensadas em parceria pelas unidades de ensino e suas mantenedoras.
É imprescindível que a escola tenha todo um planejamento para que todos os alunos interajam entre si e que este aluno (de inclusão) seja parte integrante do grupo, não um apêndice, não um colega que despertará interesse nos primeiros momentos e, depois, será esquecido.
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