Estamos praticamente concluindo mais um semestre. Este segundo de 2008 convidou-nos a pensar a escola, seus atores, dinâmicas e mantenedores. Pensar os espaços de discussão, a gestão da instituição e as formas como ocorrem as relações de responsabilidade.
E neste momento de reflexão, percebo o quão distante minha Escola encontra-se de colocar em pauta (no currículo) questões que estão presentes em seu cotidiano, mas seguem encobertas por um manto de cinismo, hipocrisia e medo.
- Temos dependentes de drogas, mas opta-se por falar nas drogas, não no ser humano;
- Temos homossexuais, mas seguimos ouvindo risadinhas, difamações e toda a sorte de comentários próprios de um ambiente qualquer, menos pedagógico;
- Temos os "incluídos", os quais permanecem "aliens" enquanto não se tem bem claro o que se faz com este (e neste) novo perfil de escola;
- Temos ex-detentos, os quais freqüentemente são apontados como bandidos e não como colegas de classe;
- Temos prostitutas, as quais permanecem à sombra e caladas, mesmo sob a forte iluminação artificial das salas de aula;
- Temos adolescentes entre crianças, os quais são alvo de comentários de pais indignados com a "má influência" destes para com seus filhos;
- Temos denúncias quase que diárias de que armas circulam dentro da Escola, mas seguimos lecionando sob a égide do medo, fingindo não sentí-lo, afirmando que isso é normal.. normal?
Minha Escola tem gestão democrática, recursos excelentes, uma equipe que admiro, alunos com os quais tenho excelente relacionamento,... mas ainda tem muito a agregar em seu currículo, principalmente ousadia e coragem.
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